"...o que temos nós em 8Bit Heart? Temos a dedicação de um jovem que ao ver-se limitado por falta de contrato com uma produtora decidiu meter mãos à obra e fez todo um disco sozinho, disco esse que é um produto muito bem conseguido e que faz inveja a muitos outros cantores que mesmo tendo bastante apoio de uma produtora não fazem algo desta qualidade..."
Após ter sido negado por produtores como Matthew Knowles (pai e manager de Beyoncé) por parecer demasiado um miúdo da Broadway, decidiu que faria de tudo para criar algo que representasse quem ele era como artista e que o afastasse dessa imagem.
O resultado foi este 8Bit Heart, lançado, como já dito, gratuitamente na página oficial do cantor e que nas duas primeiras semanas conseguiu mais de 150 mil downloads.
Este disco até começa bastante bem, com uma introdução que desperta a curiosidade do ouvinte e deixa-o entusiasmado com o que ai possa surgir. Don’t Wanna Be Alone (e a introdução BoyRobot) abrem assim as portas ao ouvinte, e Fell in Love w/an Android continua com os ritmos computorizados e consegue manter o ritmo.
Com Diablo a inspiração em Britney Spears é bastante óbvia! Será que é justo chamar inspiração a algo que parece quase uma cópia de trabalhos recentes de Spears? Bem, nunca houve qualquer tentativa de esconder essa inspiração, por isso, até se ouve bem esta batida, mas não podemos deixar de pensar se a cópia não se sobrepôs à inspiração…
No meio de tudo isto, podemos ainda ser surpreendidos? Depois de mais uma transição, a Delusional volta a aquecer o ritmo e a mostrar que talvez ainda haja esperança e a Joystick dá mais uma piscadela a Britney, mas insere-se muito melhor em algo inspirado na cantora e não numa cópia.
Beat Drop acelera, e muito, o ritmo havendo mesmo um momento que parece retirado directamente de uma música de Lady Gaga, e Brainwash é uma das músicas melhor compostas por Simon Curtis.
O disco poderia ter acabado em grande, mas quis assim o destino que a última música fosse The Dark, onde Jay-Z tem uma participação bastante peculiar, onde se limita a um trecho retirado da sua colaboração com os Linkin Park em Numb. Quais os motivos por trás desta decisão ultrapassam-me, mas esta música não saiu favorecida, além de já não ser nada interessante.
Mesmo assim, não basta dedicação e força de vontade, e nota-se que ainda falta algo a Simon Curtis para se tornar numa marca incontornável da música Pop, mas está a ir pelo bom caminho.