"Simon Curtis e o Robopop.
No mundo pop sempre há lugar para mais um, mas para isso é preciso ralar muito e ter diferenciais. Digo no plural porque apenas um diferencial já não vale muita coisa. Na música, o que podemos observar dos últimos anos pra cá é a óbvia quedinha pela música eletrônica.
Sintetizadores de electro, batidas ora quebradas ora 4×4, vocais viciantes e efeitos de vocoder (quem nunca quis cantar com voz de robô?) são alguns dos ingredientes dessa mistura que se destaca facilmente em meio aos extremos da cena atual (do minimal tedioso ao hip-pop americano). Electro-pop, ou robopop, como prefere descrever Simon Curtis, é uma sonoridade muito usada e abusada por artistas como Robyn, Yelle, Uffie, Kesha, Jump Smokers, Christina Aguilera - até mesmo a louca da Lady Gaga!
Mas de onde Simon Curtis tirou autoridade para cunhar (ou apenas resgatar) esse termo? Ele é (teoricamente e até o presente momento) desconhecido globalmente, não tem contrato com nenhuma gravadora e mesmo assim se achou no direito?
A verdade é que ele lançou seu primeiro álbum a poucos dias atrás, de forma digital e disponível gratuitamente para download em seu site oficial. O marketing inicial foi simples e eficaz: quando o @simoncurtis conseguisse 8000 seguidores no Twitter, o álbum seria lançado na rede. Acontece que em menos de algumas semanas já foram mais de 100.000 audições! Agora ele chama seus fãs de Robots, estampa resenhas em milhares de blogs e toca em milhares de iPods pelo mundo.
Todo esse clima digital tem um motivo: o álbum de estréia do cara se chama 8BitHeart e trata de temas amorosos do ponto de vista masculino. Com muitos sonzinhos de Atari, alguns momentos totalmente bregas, participação especial de Jay-Z e um cover discreto de If You Seek Amy da Britney Spears na faixa Diablo, Simon Curtis realmente pode se dar ao luxo de (re)inventar o robopop, ok? O que está esperando para conferir o álbum digital dele com o coração aberto?"
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